segunda-feira, 11 de julho de 2011

Do outro lado da fronteira - Escrito por Cecília Pereira e Jéssica Manhães. pt. VI

PARTE VI:

A passagem:

Como o destino era engenhoso, o que Sualinda mal sabia, é que a senhora que acabara de dar entrada no hospital era sua avó... Guadalupe estava muito mal, e precisava urgentemente fazer uma cirurgia às pressas, para salvar sua vida, o médico residente não estava no momento, então a única chance era Cristóvão.
- Qual a situação, enfermeira?
- Ela necessita de uma cirurgia urgente, conforme fizemos alguns exames, tudo indica que essa senhora tem vestígios de cocaína e pedaços de plástico pelo organismo dela, Doutor.
- Minha nossa! Levem-na agora mesmo para a sala 4.
- Sim, senhor!
Durante a cirurgia , tudo ia correndo muito bem. Mas a idade de Guadalupe era avançada, isso preocupava a todos. Todo cuidado era pouco. Quase a cirurgia chegava ao seu fim, Guadalupe sofreu uma parada cardíaca . Cristovão demorou a perceber . Quando Cristovão terminou os atendimentos imediatos à Guadalupe , era tarde demais. Guadalupe já não estava mais entre nós. Pela primeira vez , Cristóvão havia se abalado, era sua primeira paciente que morria .
Cristóvão voltou para sua casa, havia sido uma madrugada terrível.

Sualinda foi pega de surpresa pensando no beijo que Cristóvão havia dado nela, quando ouviu algumas batidas na porta da cozinha. Era Penha.
- Mamãe, o que a senhora está fazendo aqui?
- Sua avó, minha filha... Ela escondeu de nós por tanto tempo... - o que houve com a vovó? Ela está bem?
- A sua avó, ela está... Bem, ela passou muito mal esta noite, e então resolvi levá-la ao hospital, fizeram alguns exames nela, e a levaram correndo para a sala de cirurgia, ela estava em estado grave, ela não nos contou nada... – Soluços e lágrimas brotavam de Penha – Ela fingia que ia ao médico para se servir de mula minha filha... Sua avó não retirou tudo, ainda existiam restos de alguma coisa maléfica, ela não resistiu e morreu...
- Não pode ser, não!! Nããão! – Sualinda saiu correndo em direção à porta, quando Cristóvão ouviu seus gritos, e resolveu ver o que era, embora se sentisse muito indisposto. Sualinda corria pelo meio da rua, e Cristóvão só pôde ouvir toda a explicação de Penha, ao terminar de ouvir, Cristóvão percebeu que em suas mãos, havia morrido a avó de Sualinda. E então ele pegou as chaves do carro, pediu para Penha cuidar das crianças, e foi para as ruas procurar por Sualinda.

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Hermes conseguira juntar o dinheiro para sua viagem antes do que imaginava, afinal, valeu a pena ter trabalhado em dobro, e nos finais de semana, o que ele mais queria era ver Sualinda, e poder abraçá-la.
Já estava com a sua passagem para a cidade mais próxima da fronteira em mãos, quando guardou sua foto com a noiva na mala, e foi descansar, o dia seria cansativo...

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