segunda-feira, 11 de julho de 2011

Do outro lado da fronteira - Escrito por Cecília Pereira e Jéssica Manhães. pt. VII

PARTE VII:

Amor?

Cristóvão encontrou Sualinda, em um beco escuro, ela estava abaixada, soluçava, estava tão inofensiva como um filhote abandonado. Então, ele ao vê-la em tal situação, abaixou-se junto a ela, e abraçou-a, como nunca houvera abraçado alguém, não se sabia se era pena, se era solidariedade, se era compaixão, ou se era algo maior. Talvez, fosse por saber que foi a última pessoa a ver Guadalupe viva e se sentisse culpado por deixá-la morrer. Então, pegou-a no colo, e levou-a para dentro do carro, Sualinda, parecia estar em estado de choque ainda, não havia dito uma única palavra desde que saiu da casa dos Donald aos prantos.
A volta para casa foi silenciosa, Cristóvão decidiu que cuidaria de seus irmãos (coisa que nunca gostou de fazer), para que Sualinda pudesse ir para casa descansar e ajudar sua mãe com os preparativos do velório.

Ao chegarem em casa, seus pais ouviram de Cristóvão toda a explicação, e se surpreenderam com a solidariedade de seu filho, embora fosse com uma situação não muito feliz. Então, no período de uma semana depois, procuraram Sualinda, a fim de contratá-la por um ano, tudo de um modo mais formal, quando souberam por ela mesma que isso não poderia acontecer, se ela não se legalizasse nos conformes no país.
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Hermes ao chegar à cidade próxima da fronteira, recebeu um telefonema de seu tio, que havia pegado o número do telefone do motel em que Hermes estava ele recebera uma carta de Sualinda, contando todo o episódio da morte de sua avó. Então, ao saber de tudo, Hermes tomou a decisão de ir o mais rápido o possível para o encontro de seu amor, e então, lhe escreveu uma carta, dizendo que deveria chegar lá no prazo de algumas semanas.

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“Meu amor,


Fiquei sabendo de sua avó há poucos dias,Sinto muito por você e pela minha sogra.Porém se aconteceu, é porque devia acontecer uma hora todos nós teremos que ir...Este acontecimento só me fez querer estar mais ao seu lado, porém isso irá mudar.Daqui a algumas semanas, estarei aí com você, para poder te abraçar, e consolar.Estou no mesmo lugar onde você ficou para atravessar a fronteira, no mesmo quarto, inclusive...Te amo muito, minha amada noiva.


Hermes.”

Uma pena que Sualinda não pôde ler esta carta no momento certo...

Cristóvão a encontrou e viu que estava endereçada para Sualinda, então, curiosamente, abriu e leu à carta, incomodado com a futura presença de Hermes, Cristóvão omitiu a carta de Sualinda. Cristóvão não se sentia atraído apenas pela beleza da jovem, não mais, havia algo nela que o encantava, seu jeito, sua presença... Ele não sabia se podia ser paixão, ou quem sabe até amor...

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Sualinda estava mudada, desde aquelas fatídicas férias, agora seus patrões já sabiam de sua situação, porém a família gostava muito de seus serviços, e as crianças já haviam se apegado a ela. Só havia uma solução, se eles quisessem que ela continuasse na casa: arranjar alguém disposto a casar-se com ela, para que ela pudesse permanecer. Mas quem?



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